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Queda da popularidade de Lula

O economista Reinaldo Cafeo escreve sobre o desempenho da inflação de março no Brasil e a variação do índice nos Estados Unidos. Confira no blog de Reinaldo Cafeo Soluções em Gestão.

Diante das recentes pesquisas que indicam a queda da popularidade do presidente Lula e consequentemente de seu governo, houve reação do Planalto, que optou por realizar a segunda reunião ministerial, com o presidente Lula elevando tom e cobrando resultados dos ministros de Estado. Teve até choro de ministra.

A leitura dos membros do governo, em especial de Lula, é que há problema na comunicação. Eventuais realizações não chegam ao grosso da população.

Mesmo considerando que o governo anterior era mais eficaz neste quesito, notadamente no uso das redes sociais, entendo que a queda de popularidade de Lula não tem a ver diretamente com a comunicação, ou o erro em comunicar ou até a mesmo a falta dela.

A desconstrução de Lula vem dele mesmo. Querendo assumir um protagonismo internacional, Lula fez declarações polêmicas, avançou quando não deveria avançar, e se omitiu quando não deveria se omitir. Neste aspecto as redes sociais são implacáveis: recortes das falas circulam rapidamente e atingem boa parte de população.

Talvez a frase que maior desgaste trouxe ao Lula e ensejou um movimento de pedido de impeachment por parte de parlamentares, foi em relação ao conflito em Israel. Ao mencionar o holocausto na comparação das ações de Israel, Lula desagradou boa parte do mundo ocidental, atingiu diretamente no seio dos judeus, e por não se retratar e insistir no tema, continuou sendo criticado. Virou “persona non grata” em Israel.

Além disso, ao fazer acenos a Nicolas Maduro, ditador da Venezuela, ao ser condescendente com Putin da Rússia no tocante ao conflito com a Ucrânia, ao flertar com outras ditaduras espalhadas pelo mundo, Lula ofereceu conteúdo suficiente para sua desconstrução.

Também ocorreram episódios aqui no Brasil que atingiram sua imagem. A questão do aborto, tema caro aos religiosos, em especial os evangélicos, também fez com houvesse um descontentando com Lula. Ao chamar o agronegócio brasileiro de fascista também ensejou reações negativas. Somam-se a isso o fato de seu governo interferir, sem debate, no transporte por aplicativos, de liberar geral as emendas parlamentares, de todos os dias e toda hora criticar o ex-presidente Bolsonaro, como se o seu governo estivesse começando agora. O cidadão não é mais um alienado. Ele está ligado aos fatos.

No campo econômico, o não compromisso com a questão fiscal, com o presidente Lula sempre querendo gastar mais., também traz desgastes. Os gastos exagerados de suas viagens ao exterior, em médio R$ 1 mi por dia, outro ponto negativo.

Devemos colocar na conta do desgaste de Lula as críticas cotidianas ao Banco Central e ao Presidente, Roberto Campos Neto, por sinal, eleito recentemente e melhor presidente de Banco Central do mundo.

Isso tudo com sinais claros de interferência nas estatais, em especial na Petrobras, não há como sustentar uma imagem positiva junto à população.

E por fim, não menos importante, a carestia na cesta básica, com altas elevadas nos preços de produtos básicos, como o arroz, por exemplo, afeta diretamente a qualidade de vida dos cidadãos de menor renda, consequentemente avaliam negativamente o governo.

Se querem melhorar a comunicação do governo para elevar a popularidade de Lula, é de bom tom que orientassem para que Lula falasse menos, viajasse menos, focasse menos na pauta de costumes, e governasse mais, cobrando, com indicadores de desempenho, os seus ministros.

É uma pena que um governo só acorda para realidade quando as pesquisas apontam queda de popularidade. É o que temos.

🌐 www.reinaldocafeo.com.br

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