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Por enquanto há espaço para queda dos juros

O economista Reinaldo Cafeo escreve sobre o desempenho da inflação de março no Brasil e a variação do índice nos Estados Unidos. Confira no blog de Reinaldo Cafeo Soluções em Gestão.

O IPCA-15, considerado a prévia da inflação oficial do Brasil, teve alta de 0,78% em fevereiro, ficando abaixo do projetado pelo mercado que era de 0,82%. No acumulado em 12 meses o índice atingiu 4,49% (dentro do limite da meta fixada pelo Banco Central).

Obviamente que há um longo caminho até o fim deste ano, com dúvidas reais sobre o cumprimento da meta de déficit fiscal zero, portanto, não há como afirmar que a inflação ficará controlada, mas é possível indicar que por enquanto há condições para queda dos juros básicos atualmente em 11,25% ao ano.

Isso se justifica à medida que a inflação está controlada, também as expectativas futuras no tocante aos juros indicam para a queda e a taxa de câmbio está “comportada”.

Vale ainda considerar que o indicador Intenção de Consumo das Famílias (ICF) caiu em fevereiro pelo terceiro mês seguido. O índice calculado pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), fechou o mês em 105,7 pontos, 0,5 ponto percentual a menos do que o mês anterior.  Importante destacar que, na análise do Produto Interno Bruto (PIB) pelo lado da demanda, o Consumo das Famílias representa cerca de 70%, portanto, é um indicador relevante para definir o nível de atividade econômica.

O mercado continua apontando para uma taxa Selic de 9% ao ano na virada de 2024. É importante considerar que para ocorrer crescimento da economia, a queda nos juros é fundamental.

Quando os juros caem, a economia ganha fôlego. O consumo tende a aumentar, e mais dinheiro circula no mercado. Financiamentos, como a compra de carros e bens financiáveis tornam-se mais acessíveis, e os bancos podem expandir os empréstimos. Em resumo, a queda da Selic pode aquecer a economia brasileira.

O capital de giro fica mais barato para os empreendedores. A exigência por taxa de retorno dos investimentos fica menor com um custo de capital reduzido. A empresas podem estruturar suas fontes de financiamento com menor custo e risco, enfim, a roda da economia gira.

Como colocado, esta leitura é de curo prazo, ou seja, para que haja tendência de queda nos médio e longo prazos é fundamental que o controle das contas públicas seja um compromisso permanente do governo e que o ambiente de negócios seja benigno.

Em conclusão, a trégua na inflação, especialmente com o IPCA-15 de fevereiro, cria um cenário favorável para a redução da taxa básica de juros. O Banco Central deve monitorar cuidadosamente essas condições e tomar decisões que equilibrem o controle inflacionário com o estímulo à atividade econômica.

🌐 www.reinaldocafeo.com.br

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