ÚLTIMOS ARTIGOS

O papel da taxa de juros

As consequências econômicas do conflito no Oriente Médio

A taxa de juros tem um papel estratégico nas decisões dos mais variados agentes econômicos.

No contexto empresarial o nível de taxa de juros, portanto, o custo de capital, será comparado com o retorno de suas operações, estabelecendo uma relação de custo/benefício. Retorno operacional maior do que o custo de capital, a empresa cria valor, no sentido contrário, destrói valor. Aumentar ou não o parque industrial, alavancar compras de insumos com empréstimos de capital de giro, são outras questões avaliados em torno da taxa de juros. Se as expectativas quanto a trajetória dos juros for pessimista os empresários recuam, reduzem o nível de estoques, adiam compras de equipamentos, entre outras decisões.

Já os consumidores ampliam seu poder de compra toda vez que juros são baixos. O volume de consumo das famílias, aumentará ou diminuirá dependendo do tamanho da taxa de juros para o consumidor final.

A taxa de juros também baliza a entrada de capital estrangeiro e a busca de capital externo. Por exemplo, se os juros aqui no Brasil forem mais elevados do que nos Estados Unidos, a tendência é a busca de crédito internacional, evidentemente se a cotação do dólar se mantiver constante. Assim, a taxa de juros influencia o preço da moeda estrangeira no país.

No contexto macroeconômico há uma relação entre a oferta monetária e o processo inflacionário. Atualmente, a grande preocupação do Banco Central (que é independente) é que a falta de rigor fiscal do governo Federal, introduza um nível de risco de tal grandeza na economia brasileira, que ocorra queda na oferta de bens e serviços, e com gastos públicos elevados, haja aumento da demanda, elevando os preços. É o chamado hiato inflacionário, que ocorre quando a demanda agregada de bens e serviços aquece e supera a capacidade produtiva da economia, gera-se a típica inflação de demanda.

Neste ambiente, a ciência econômica aponta que no longo prazo seria necessário estimular a ampliação de oferta, contudo, no curto prazo, para controlar a inflação, é preciso controlar a demanda agregada, portanto, elevar ou manter os juros elevados.

Considerando que dificilmente o atual governo irá implantar política fiscal restritiva, pelo contrário, já deu sinais de ser expansionista com os gastos públicos, a política monetária, em especial a taxa de juros, será utilizada para segurar os preços.

Na visão técnica querer que a taxa de juros caia artificialmente, é dar um tiro no próprio pé. Quanto a decisão de metas de inflação maiores, outra sinalização do governo Federal, aí o tiro é mais forte. Como dizem popularmente “pequena inflação é como pequena gravidez”, tolerar inflação mais elevada é querer que a economia entre em campo de tantas incertezas, que os desequilíbrios se instalaram e aí a economia andará para trás.

O atual governo em vez de criticar as metas de inflação e tamanho da taxa básica de juros, deveria fazer sua parte, reduzindo gastos e praticando rigor fiscal, fazendo com que a inflação fique comportada e os juros, tecnicamente, caiam.

Por último e não menos importante: inflação alta prejudica os mais pobres, exatamente os que deveriam ser protegidos a todo custo.  

? www.reinaldocafeo.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress