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O fim do ciclo do aperto monetário

O Banco Central do Brasil utiliza a política monetária em sua plenitude. Quando chegou a pandemia e as projeções do desempenho econômico apontavam para recessão, a taxa básica de juros (um dos instrumentos de política monetária) foi reduzida para 2% ao ano, a menor da história.

Com o passar do tempo, os desequilíbrios se instalaram na economia, e com a demanda por bens mais elevada do que a oferta em vários setores da economia, a inflação se instalou.

O Banco Central voltou a agir e foi promovendo altas consecutivas, até atingir os atuais 13,75% ao ano.

Esse processo seria mantido por mais algum tempo, à medida que sequer tínhamos saído dos efeitos da pandemia, e veio o conflito entre Rússia e Ucrânia, o que gerou mais desequilíbrios econômicos, contudo, o uso da política tributária ajudou a dar velocidade na queda dos preços de importantes itens que compõem os índices de inflação, notadamente o preço dos combustíveis.

No mês de julho, o IPCA, índice oficial de inflação, veio negativo, ou seja, com deflação de 0,69%. Com novas rodadas de queda no preço dos combustíveis, agora provocada pelo menor preço do barril de petróleo e menor pressão na taxa de câmbio, é previsível que a inflação fique comportada daqui para frente.

Diante deste ambiente “benigno” para os preços, se não de todos, mas de importantes componentes do índice de inflação, o aperto monetário não precisará ser tão elevado. Caso necessário, ali na frente, uma alta de 0,25 ponto percentual, talvez nem isso.

O resto do mundo, principalmente economias com a americana e da Zona do Euro, retardaram o uso da política monetária mais restritiva e ainda convivem com inflação fora de seus padrões históricos, e o que é pior para eles, com possível recessão econômica devido ao engessamento da economia.

Aqui no Brasil o céu não é totalmente de brigadeiro porque este ano tem eleições e a polarização política se instalou, e o temor é que discursos populistas, como os que vão no sentido contrário a um forte controle fiscal, sejam colocados em prática, e o mercado de alguma irá precificar os riscos futuros de uma eventual aventura com as contas públicas.

Em resumo: no curto prazo a economia brasileira dá sinais de vigor e se aproxima o fim do ciclo de aperto monetário, o resto do mundo ainda não, porém, no Brasil o efeito das eleições, pode de alguma maneira, trazer incertezas, e na relação risco/retorno os juros serem majorados e o aperto monetário voltar.  

? www.reinaldocafeo.com.br

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