ÚLTIMOS ARTIGOS

O efeito dos juros na economia

O economista Reinaldo Cafeo explica como os juros impactam a economia em seu artigo inédito.

No mundo todo são observados comportamentos distintos em relação a política monetária, em especial a política de juros. Enquanto os Estados Unidos, os países da Europa, a vizinha Argentina, entre outros países, adotam políticas restritivas, o Brasil vem afrouxando a política monetária.

O pano de fundo das decisões dos Bancos Centrais é o controle da inflação. Aqui no Brasil o Banco Central antecipou a alta de juros durante o período em que se iniciava a retomada das atividades econômicas que foram paralisadas durante a pandemia, e com isso combateu mais rapidamente a escalada de preços. Muitos países, notadamente os mais desenvolvidos demoraram para agir, desta maneira o momento atual é diferente entre eles.

O setor público precisa captar dinheiro junto aos investidores, posto que possuem dívidas impagáveis e muitos não conseguem sequer equilibrar suas contas, como tem sido o caso do Brasil no governo Lula. Esses países rolam suas dívidas, e precisam oferecer uma taxa de juros que seja atrativa, ou seja que traga aos investidores um retorno compatível com o risco assumido. Aqui vem uma primeira explicação do porquê países emergentes como o Brasil precisam oferecer uma taxa de juros superior aos países desenvolvidos.

A taxa de juros, que nada mais é do que o preço do dinheiro, também é utilizada para controlar ou incentivar o Consumo das Famílias. Taxas menores induzem os agentes superavitários (os poupadores) a pouparem menos, e também estimulam os agentes deficitários (os que não possuem recursos disponíveis) a anteciparem suas compras utilizando o crédito. Ambas as situações estimulam a demanda agregada, movimentando a economia. Quando é utilizada a taxa de juros no sentido contrário, controla-se a inflação e desestimula o Consumo das Famílias.

A taxa de juros mais baixa ajuda na alavancagem financeira das empresas. Na relação custo/benefício, toda vez que o custo de capital é inferior à taxa de retorno dos investimentos, a empresa cria valor, portanto, alavanca seus negócios com capital de terceiros. Isso ajuda a ampliar o número de ofertantes no mercado, auxiliando no crescimento econômico, e via maior concorrência, controlar os preços dos bens e serviços.

O desafio sempre será aplicar a dose certa. Neste particular não há uma receita única. Há modelos econométricos que permitem traçar cenários “mais seguros”, mas é difícil precisar se os agentes econômicos reagirão na direção correta, posto que o comportamento humano é imprevisível.

De qualquer maneira a visão técnica sempre deve prevalecer as ingerências políticas e as decisões de política monetária devem contemplar a necessidade de o país gerar riquezas, com geração de emprego, mas com prioritariamente controlando a inflação.

Neste contexto o Banco Central do Brasil trilha um caminho seguro, confiável, dosando a taxa de juros, cujo resultado visível tem sido a queda da inflação, sem gerar desequilíbrio acentuado na economia. É um caminho seguro e confiável.

🌐 www.reinaldocafeo.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress