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Mundo pós-pandemia: teremos mais perdedores do que vencedores

Os cientistas das mais diversas áreas tentam entender, explicar e projetar o que será o mundo pós-pandemia. Entre as várias análises vamos focar na questão econômica e financeira.

Na prática serão acentuadas as características dos perdedores e dos vencedores, sendo que, claramente, o maior contingente será de perdedores.

No contexto mundial, a China, epicentro da pandemia, já se recupera. Um cidadão pode tranquilamente frequentar uma casa noturna coisa impraticável, ao menos legalmente, em muitas partes do mundo.

O fato de ser um país industrializado, a China não sofre de maneira contundente os mesmos desafios de países, que, por exemplo, têm matriz econômica alicerçada no setor terciário da economia (comércio e serviços). Será um dos poucos países a operar no azul do ponto de vista do crescimento econômico: números mais recentes do Fundo Monetário Internacional apontam para alta de 1,9% sobre o ano passado. Sem dúvida são vencedores.

Já a Europa vive outra realidade. Na França, Paris por exemplo, fechou bares. Na Espanha, Madri, adotou quarentena parcial e o Reino Unido passa a impor novas restrições aos cidadãos. Perdem neste momento. Isso só para citar alguns exemplos.

E o Brasil? Aqui a pandemia encontrou um País reconstruindo sua matriz econômica. As premissas econômicas para sustentar o crescimento de longo prazo não foram levadas a efeito em sua plenitude.

A reforma da previdência foi início, as demais reformas estruturais, com privatizações, enfim, o ajuste fiscal estava em curso e havia clara melhoria do ambiente de negócios, apesar dos descompassos políticos. Quanto mais frágil a economia de um País, mais a população perde.

No ambiente microeconômico as grandes corporações, as famílias mais ricas e boa parte do funcionalismo público, conseguiram contornar os efeitos da pandemia. As corporações por terem em seu quadro funcional profissionais capazes para estabelecer estratégias de gestão de crise, sem falar da boa estrutura de capital.

As famílias ricas, estas sempre se dão bem. E o funcionalismo público não teve achatamento de renda e com o distanciamento e isolamento social, reduziram seus gastos, gerando excedentes. São vencedores.

Na outra ponta perdem os empreendedores de pequenos e médios negócios, a classe média e a classe mais baixa. Esta última, se recebe o auxílio emergencial, contorna os efeitos da pandemia, mas a realidade que se avizinha é cruel: o auxílio tem prazo de validade, e o número de miseráveis crescerá.

Já as empresas pequenas e médias, sem capital de giro ou fecharam as portas ou se endividaram. Convivem com estrutura de capital precária. E a classe média brasileira, com a falta de educação financeira, adotando padrão de vida muitas vezes incompatíveis com sua renda, não tinham excedentes financeiros, também podem ser consideradas perdedoras.

Em resumo: como em outras crises sempre haverá perdedores e ganhadores, mas a pandemia potencializou o número de perdedores, indicando problemas sociais gravíssimos que exigirá, de todos, sem distinção, ações para mitigar tais efeitos. Fica a análise e o alerta.

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