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Inflação: preocupação mundial

A inflação no Brasil teve alta de 1,62% no comparativo entre o mês de março e fevereiro deste ano. Foi o pior mês de março desde 1994. No acumulado em 12 meses a inflação atingiu 11,30%.

Nos Estados Unidos a inflação de março foi de 1,2%, acumulando 8,5% em doze meses, o pior acumulado desde 1981.

Trouxe estes dois exemplos, um país emergente, o Brasil, o outro desenvolvido, maior economia do mundo, os Estados Unidos, para demonstrar que os efeitos nos preços, provocados pela pandemia e mais recentemente do conflito entre Rússia e Ucrânia, são praticamente universais.

Ao analisar a evolução dos preços nos Estados Unidos, país que possui a moeda mais estável e reconhecida do mundo, fica evidente que a economia mundial está “bagunçada”.

A bagunça teve início durante a pandemia do novo coronavírus. Por ser novidade, os países experimentaram um tal “tentativa e erro”. Alardearam: não há como atender todos os infectados pelo vírus, e não há estrutura hospitalar para os casos graves, portanto, fiquem em casa. Decretos e mais decretos exigiram que as empresas fechassem suas portas. Inúmeros estabelecimentos não sobreviveram a falta de vendas, e o resultado foi: menor número de ofertantes no mercado.

Quem manteve suas atividades, reduziram a oferta. Somente setores considerados essenciais, como supermercados, farmácias e outros poucos segmentos, mantiveram e até ampliaram seu nível de venda. Mas o problema foi na origem: as fábricas não foram capazes de ofertar todos os bens demandados pela população. Inflação na veia, pelo desequilíbrio entre oferta e procura.

O ano de 2021 foi péssimo para inflação. As perspectivas para este ano eram melhores. Com forte atuação os Banco Centrais controlando a liquidez do mercado, a desinflação estava em curso, mas mesmo antes de os preços darem uma trégua, eis que surge o conflito entre Rússia e Ucrânia. Petróleo, commodities metálicas e alimentícias, novamente tiveram desequilíbrio entre oferta e procura. Mais inflação na veia.

O resultado: inflação passa a ser fenômeno mundial. No recorte de Brasil e Estados Unidos, as causas da inflação são semelhantes: altas nos preços dos combustíveis, alimentação, energia e moradia.

É certo que o Brasil opera com inflação anual de 11,30%, contudo, no comparativo com os 8,5% nos Estados Unidos, é factível concluir, que dado o histórico de inflação dos dois países, a coisa é muito mais grave nos Estados Unidos do que por aqui. Isso não resolve, mas consola.

É evidente que o nível de crescimento econômico entre os dois países é outro, com vantagem aos americanos, mas é preciso avaliar em profundidade o que vem acontecendo na economia mundial, para uma análise criteriosa, e ao mesmo tempo, indicar o remédio adequado para o combate à inflação.

Aqui no Brasil em especial, por ser ano de eleições presidenciais a cegueira passa a ser de tamanha grandeza, que alguns analistas, profissionais ou amadores, se esquecem do básico em economia: existe ainda, não revogaram, a lei de oferta e procura, e quando a oferta é menor e a demanda cresce ou se mantém, os preços sobem. Simples assim.

? www.reinaldocafeo.com.br

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