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Governo Lula: mais um Ministério

O economista Reinaldo Cafeo escreve hoje sobre atitude e sua importância para que renovações aconteçam. Confira no blog de Reinaldo Cafeo Soluções em Gestão.

O ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, comandou o país por quatro anos contando com vinte e dois Ministérios. O atual presidente, Lula, iniciou seu governo com trinta e sete Ministérios e acaba de anunciar a criação de mais um: o das pequenas e médias empresas, cooperativas e empreendedores individuais. Neste quesito, Lula perde somente para a ex-presidente Dilma Rousseff, do mesmo partido de Lula, o PT, que teve trinta e nove Ministérios.

Analisando a nomenclatura do novo Ministério parece até aceitável, contudo, todos nós sabemos que esta decisão é para acomodar membros do centrão (os partidos do centro), visando ampliar a base aliada no Congresso Nacional. A negociação do apoio passa pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e traz para o seio do governo o Partido Progressista (PP) e o Republicanos. Além deste aspecto, a atuação da área não precisa de um Ministério, seria facilmente absorvido pelos Ministérios ligados a economia.

Muito além de analisar sua finalidade, o que efetivamente gera dúvidas dos agentes econômicos e aumenta o risco na condução do modelo econômico do governo Lula é: novo aumento de gastos públicos. Antes que os apoiadores de Lula se manifestem, dizendo que somente haverá um deslocamento de área, uso de estruturas existentes, é mais que evidente que há aumentos de custos. Um Ministro precisa de todo um staff, terá as regalias previstas para os demais Ministérios, enfim, novamente pouco compromisso com os gastos públicos.

Na paralela tem o Ministro da Fazenda Fernando Haddad afirmando que o orçamento da União do próximo ano irá zerar o déficit primário (receita menos gastos, sem computar os juros da dívida pública), o que confirma a leitura do mercado: ou haverá aumento da carga tributária, ou as metas fiscais não serão cumpridas. Tudo indica que ocorrerão as duas coisas e o Novo Arcabouço Fiscal será uma peça de ficção, mesmo porque não há qualquer penalidade caso as metas não sejam cumpridas.

Todos que entendem o mínimo de economia, sabem que sem rigor fiscal, o ambiente de negócios será de incertezas e estas serão potencializadas, inibindo os aportes dos investimentos produtivos, o que poderá gerar desequilíbrios na economia.

De qualquer maneira nenhuma surpresa: os alertas nesta direção foram feitos durante as campanhas eleitorais, e o histórico do PT no governo sempre foi de um Estado inchado e gastador.

Neste caso, a criação de mais um Ministério somente confirma essa prática enraizada no partido. É o que temos.

🌐 www.reinaldocafeo.com.br

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