ÚLTIMOS ARTIGOS

Fatores positivos e riscos para o desempenho do PIB

Os efeitos da pandemia de covid19, somados as consequências da guerra entre Rússia e Ucrânia que dura mais do que o esperado, e ainda com eleições no Brasil, sem dúvida alguma mexem com a economia e projetar o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB), não é tarefa fácil.

Mesmo assim é possível elencar fatores que podem ser considerados positivos, que ajudam no crescimento econômico brasileiro, bem como fatores de riscos que podem fazer a economia patinar.

No campo positivo temos bons sinais no desempenho dos setores da economia. Desde a agropecuária, passando pela indústria, chegando no comércio e serviços, o desempenho tem sido bom. No caso do setor de serviços, que juntamente com o comércio, representam 70% do PIB, a recuperação tem sido mais rápida do que o esperado. O último dado disponível, o de maio, apontou crescimento de 0,9% no volume de serviços, atingindo 7,8% a mais do que era o desempenho no pré-pandemia. No caso do varejo o crescimento mais recente foi de 0,1% em maio frente abril.

Outro indicador positivo é a geração de emprego formal neste ano, com geração líquida de 1,051 milhão de novas vagas. Ainda no campo do emprego, a taxa de desemprego opera abaixo de 10%, mais precisamente em 9,8%, apontou a PNAD Contínua do IBGE (fechamento do trimestre em maio).

Os preços da commodities, mesmo oscilando no mercado (sinais de recessão mundial), também são fatores positivos para o Brasil, além disso, os agentes econômicos estão confiantes na economia apontam as sondagens de institutos respeitados.

E agora tem o efeito da PEC dos Benefícios, que injetará cerca de R$ 41,2 bilhões na economia até dezembro, com o dinheiro chegando diretamente na conta dos beneficiários do Auxílio Brasil, aos que recebem vale-gás, aos caminhoneiros e os taxistas. Como dizem: “dinheiro na veia”.

Mas nem tudo são flores. Há fatores de risco que precisam ser considerados. Começa com a incerteza eleitoral. Neste campo a pergunta que não quer calar: qual será o modelo econômico brasileiro a partir de 2023? O tripé macroeconômico será mantido, ou seja, teremos câmbio flutuante, metas de inflação, e principalmente rigor fiscal? 

Outro fator de risco é o próprio desempenho do setor de serviços. Se de um lado vem puxando o PIB para cima, por outro lado, seu efeito pode ser diluído daqui para frente. Outro aspecto que pode atingir o consumo das famílias é a inflação e os juros em alta, o que tem levado ao crescimento da inadimplência, via corrosão da renda.

E um fator que está no horizonte do mundo todo, e que se materializar impactará o desempenho da economia brasileira é a possível recessão mundial em 2023. Com inflação alta nas principais economias do mundo, tendo que restringir a política monetária para segurar os preços, pode ocorrer que o PIB mundial caia e cheguemos na recessão.

Enfim, estamos em momento delicado no mundo todo, e no Brasil, com eleições polarizadas, com sinalizações dos principais candidatos à presidência da República muito diferentes no tocante ao modelo econômico que prevalecerá no Brasil, há sem dúvida alguma mais dúvidas do que certezas, suficientes para que os agentes econômicos se retraiam e adiem a decisões importantes, como por exemplo, canalizar recursos para o investimento produtivo.

Cabe-nos usar ao extremo a capacidade de estabelecer e mudar as estratégias, tanto para quem empreende, como para quem faz carreira nas organizações.

? www.reinaldocafeo.com.br

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

plugins premium WordPress