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Economia: conservadores versus progressistas

A pergunta que vale um milhão de dólares é: “como seria o governo Federal caso os progressistas vencessem as eleições para presidência este ano”? Antes de tentar respondê-la e sem valer este um milhão, vamos relatar o que já foi dito pelos candidatos das duas linhas ideológicas.

Os considerados conservadores, mais inclinados a direita na política, com é o caso do atual Presidente da República, Jair Bolsonaro, “casaram” com a pauta liberal. Pode ter sido por influência do Ministro da Economia Paulo Guedes, ou até mesmo, para contrapor a esquerda que governou o país por 12 anos, sem sucesso, mas o fato é que o atual governo, com algumas recaídas, atua pró-mercado.

Por este prisma, são reformistas, favoráveis as privatizações, preconizam a liberdade econômica, também são favoráveis a segurança jurídica, e se é paga manter estatais, as querem fortes e independentes. Trabalharam para que o Banco Central de fato seja autônomo e independente, e conseguiram. Buscam um Estado mais enxuto, com produtividade e eficiência. São rigorosos no controle fiscal, e neste particular, entendem que a manutenção do teto de gastos é fundamental para passar confiança aos agentes econômicos.

As reformas estruturais estão na pauta, tais como a tributária, a administrativa, entre outaras. Querem relações trabalhistas mais leves, que levem a uma forma mais direta de negociação das condições de trabalho entre patrão e empregado, sem a tutela do Estado. Querem, portanto, um Estado regulador.

Já os progressistas, além de criticarem o capitalismo, preconizam um sistema centralizado para governar o país. O ex-presidente Lula, representa a ala progressista. Em suas recentes entrevistas, Lula é favorável ao controle da mídia, aponta o fim do teto de gastos. Lula já indicou o fim das privatizações. Disse ainda que revogará a reforma trabalhista. Sinalizou que irá inclusive injetar recursos subsidiados, portanto, abre mão do rigor fiscal e certamente provocará excesso de liquidez no mercado, gerando inflação. Querem assim, um Estado mais interventor.

Considerando que as economias com maior credibilidade no planeta praticam o chamado tripé macroeconômico, isto é, metas de inflação, câmbio flutuante e controle fiscal, seguir a linha dos progressistas, ao meu juízo, é elevar o risco-Brasil, e levar o país ao descontrole econômico total.

Respondendo à pergunta provocativa do início deste artigo, caso os progressistas vençam as eleições o que ocorreria com a economia brasileira. Aponto três caminhos: primeiro, que eu acho pouco provável, dizer uma coisa é ganhar as eleições e outra é ser governo, portanto, seguirão a cartilha neoliberal. Nesta hipótese a economia brasileira seguiria o rumo atual, com poucas alterações.

Segundo caminho, vencem as eleições e os eleitos para o Congresso Nacional, ou seja, senadores e deputados, possuirão maioria na oposição ao governo eleito, e serão moderadores e, agindo assim, evitarão aventuras, principalmente fiscais. Neste caso teríamos uma economia parecida com a Argentina.

No terceiro caminho, e o que é pior, corremos o risco de trilhá-lo, os progressistas vencem as eleições, elegem maioria no Congresso Nacional, e o que foi preconizado em campanha é colocado em prática, fazendo com nossa economia seja muito parecida com o vem ocorrendo na Venezuela.

É evidente que em um cenário de caos, a sociedade conta ainda com a estrutura das Instituições legitimamente constituídas, evitando exageros, mas o risco existe.

Em resumo: os conservadores atualmente no governo já disseram que a vieram, gostemos ou não do jeito de governar, portanto há previsibilidade, já na outro extrema há mais dúvidas do que certezas. Vale a reflexão.

? www.reinaldocafeo.com.br

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