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Deflação e a ata do COPOM

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O IPCA, Índice de Preços ao Consumidor Amplo, inflação oficial do Brasil, teve a maior queda nos preços, ou seja, deflação, desde o início de sua série histórica em 1980: (-) 0,68%.

Lembrando que ocorre deflação quando os preços, em média, são menores do que o período anteriormente considerado. Puxaram para baixo o índice, os preços dos combustíveis e da energia elétrica. Em 12 meses o IPCA acumula alta de 10,07%.

Na semana anterior a divulgação do IPCA de julho, o Banco Central, através do Comitê de Política Monetária – COPOM, elevou a taxa básica de juros em 0,5 ponto percentual, atingindo 13,75% ao ano. E na última terça-feira, dia 9, foi divulgada a ata do COPOM com detalhes sobre o que é possível esperar da política monetária no Brasil.

O posicionamento do Comitê aponta para um possível fim do ciclo de alta de juros. Na leitura mais detalhada podemos entender que, após a análise dos índices de preços, caso necessária, uma nova elevação dos juros, seria de 0,25 ponto percentual, limitada a duas novas altas.

Na avaliação técnica, não obstante a inflação brasileira acumular 10,07% nos últimos 12 meses, o sistema de metas de inflação considera o que vem pela frente e não o que ficou para trás. Desta maneira, a decisão sobre o tamanho da taxa de juros no Brasil tem a ver com o comportamento do IPCA nos próximos meses.

E o que esperar da inflação daqui para frente? Com os movimentos do Banco Central brasileiro, elevando a taxa básica de juros de 2% ao ano (em 2020) para 13,75% ao ano agora, podendo, conforme colocado chegar a 14,25% até o fim deste ano, combinado com a desoneração fiscal de inúmeros produtos, já observando a primeira deflação, é possível afirmar que na pior das hipóteses os preços tendem a se estabilizar, portanto, é factível que o IPCA feche o ano entre 7% e 8%. Isso abriria espaço para o início da redução da taxa básica de juros.

É fundamental que a inflação caia, mesmo não ficando no limite da meta para este ano, que é de 5,0%, evitando que, via indexação, a inflação de 2023 fique comprometida. Lembrando que o ano que vem o centro da meta é de 3,25% com tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

Nunca é demais colocar que a inflação prejudica os mais pobres, à medida que seu poder aquisitivo é corroído pela carestia. Os ricos conseguem proteger seu dinheiro da inflação.

Em resumo: inflação está em curva descendente e o Banco Central, através da ata do COPOM, indica fim do ciclo de alta juros, abrindo espaço para que a economia tenha espaço para crescer, bem como que ocorra o início do ciclo de queda dos juros.

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