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Bauru e seus “puxadinhos”

A palavra “puxadinho” “aponta para uma prática, bastante disseminada no Brasil, de ampliar uma moradia, adicionando uma construção, como uma extensão, uma edícula ou outra. A formação da palavra com diminutivo “–inho” indica um sentido popular, de realizar algo nos limites entre o permitido e o não permitido”. Eu acrescentaria, fazer algo improvisado.

Ao longo da história de Bauru muitas questões estruturais ficaram pendentes. De governo a governo algumas “heranças” e muitos “esqueletos” retardaram o crescimento sustentado do município.

Como uma verdadeira sanfona importantes temas são pautados, quer por alguma uma denúncia, quer por ação do legislativo local, quer pela necessidade da sociedade.

Um destes temas que possui uma recorrência nunca antes vista, é o DAE. Esta importante autarquia municipal sofre em sua gestão pressão política que criou corpo ao longo dos anos. De um lado os agentes políticos querendo emplacar seus apadrinhados, de outro funcionários de carreira praticando politicagem, tornando a “joia” da coroa algo questionável, ao ponto de ser instalada uma Comissão Especial de Inquérito na Câmara Municipal para analisar a aplicação do Plano Diretor de Águas, contratado a preço de ouro, o qual tornou-se inclusive uma Lei Municipal.

Se houvesse uma pesquisa de satisfação junto à população perguntando sobre dos dois grandes produtos que DAE entrega, ou seja, água e esgoto, certamente o resultado seria: não faz bem nem uma coisa nem outra.

Ainda no contexto do DAE temos a enroscada construção da Estação de Tratamento de Esgoto. Obra com recursos próprios e a fundo perdido, obra que apresentou tantas imperfeiçoes em seu projeto, que ninguém ousa apontar quando se dará a entrega definitiva da mesma. Sequer discutimos o modelo futuro de gestão. É uma vergonha para uma cidade do porte Bauru não tratar seu esgoto. Esta obra é um exemplo emblemático dos puxadinhos da cidade.

A EMDURB é outro esqueleto. A cada virada de governo cria-se a expectativa que ela se reinvente, contudo, mudanças estruturais são adiadas e novamente convivemos com uma empresa deficitária e que tem dificuldades em entregar com qualidade serviços pelos quais foi constituída, como uma boa coleta de lixo, administração do trânsito e realização da manutenção dos cemitérios da cidade, entre outros. Até quando a cidade irá conviver com este modelo de gestão que não atende aos anseios da população?

A COHAB, mesmo atualmente estando em boas mãos, é outra herança indesejada. Com passivo a descoberto (seus ativos são insuficientes para cobrir seus passivos) sem cumprir a finalidade pela qual foi criada, com denúncias de desvios e corrupção sem precedentes na história de Bauru, ainda não teve por parte da administração atual, a transparência necessária para a sociedade bauruense saiba qual será o futuro da companhia.

Além destes “puxadinhos” e “esqueletos” no dia a dia surgem temas tais como o abandono do castra móvel (tudo indica que finalmente voltará a operar), a manutenção dos próprios municipais, ou melhor a falta de manutenção, o projeto de revitalização do centro da cidade, o parque proposto para as proximidades da Nações Norte, e ainda, o futuro da Estação Ferroviária, cujo investimento atinge quase R$ 12 milhões (valor atualizado pela inflação), e que não trouxe  nenhum benefício efetivo para a população. Isso sem mencionar a questão dos precatórios da desapropriação da floresta urbana, entre outras.

Se no passado clamei para que quem fosse governar a cidade atendesse o sonho de um cidadão e eleitor bauruense, resolvendo os graves problemas da cidade, agora grito com todas as minhas forças: Prefeita e equipe da Prefeitura, ainda dá tempo de acabar com os verdadeiros puxadinhos desta cidade, afinal estão com poucos de meses gestão, mas para que isso ocorra, é preciso tornar público em que ponto estamos e em que ponto chegaremos, isto é, com planos de ação. Caso isso não ocorra, corremos o risco de ser mais do mesmo. Deste modelo já estamos cansados.

? www.reinaldocafeo.com.br

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