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As eleições presidenciais

No retrato para o pleito eleitoral do ano que vem, Bolsonaro e Lula seguem na dianteira, dividindo a preferência do eleitor. É certo que há espaço para uma terceira via, e neste particular, o ex-juiz Sérgio Moro é uma opção, mas a leitura é que ele, e nem outro candidato, interferem, pelo menos por ora, na polarização instalada.

Esta leitura é fruto de resultados de pesquisas eleitorais, as quais normalmente são questionadas por quem não está na dianteira. Independentemente de acreditar ou não os resultados precisam ser avaliados.

Certamente Lula surfa mais fortemente entre os mais pobres, entre os mais jovens e entre as mulheres. Estar ou não vacinado contra a Covid-19 pouco, ou quase nada, interfere na preferência dos eleitores.

Em outro recorte é possível identificar mais eleitores de Bolsonaro entre os homens, entre os que possuam ensino superior, àqueles que têm maior renda e residem fora das capitais, portanto, no interior do país.

Os que desaprovam o governo Bolsonaro alicerçam sua análise no comportamento do presidente, ou seja, não concordam com seu jeito beligerante.

Se pensarmos em estrato da sociedade, reforçando, hoje, no retrato e não no filme das eleições, Bolsonaro certamente tem seus 20% de fiéis eleitores e Lula algo próximo a 25%.

Aqueles que não votariam nem em Lula e nem em Bolsonaro está na faixa de 20%, portanto, há espaço para tanto Bolsonaro como Lula crescerem e até mesmo, em perspectiva, alguém alternativo crescer.

Diante deste cenário, fica evidente que àqueles que são mais afetados pela carestia, pelo desemprego, que normalmente votam para seu bem-estar pessoal, sem a visão do coletivo, são mais críticos em relação ao atual governo, e migrarão seus votos para quem prometer resolver seus problemas, mesmo que as promessas não sejam factíveis. Não querem nem saber se os problemas vieram da pandemia, do “fica em casa, a economia a gente vê depois”, o atual governo é responsável e ponto final. O discurso populista indicando soluções simples para questões complexas, pode levar a vitória do opositor a Bolsonaro.

Independentemente das preferências pessoais o indicativo é que há muita coisa pela frente, mas uma coisa é certa: se Bolsonaro pretende emplacar sua reeleição, precisa, em vez de negar os resultados das pesquisas, analisar em detalhes o que eles estão apontando.

O risco de uma leitura míope da cena política é acreditar que está no caminho certo, e não ter humildade de reconhecer que é preciso mudar o rumo das coisas.

? www.reinaldocafeo.com.br

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