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Afinal o Brasil está ou não quebrado?

Em sua primeira declaração pública do ano, o Presidente da República, Jair Bolsonaro, afirmou: “Chefe (dirigindo-se a um apoiador que o tinha interpelado), o Brasil está quebrado, chefe. Eu não consigo fazer nada. Eu queria mexer na tabela do Imposto de Renda, teve esse vírus potencializado pela mídia que nós temos aí, essa mídia sem caráter”

Afinal de contas, o Brasil está ou não quebrado? A resposta é: Não! Estar quebrado é não ter condições de honrar seus compromissos, não conseguir captar recursos no mercado, o que não é a realidade brasileira.

É óbvio que é preciso entender o contexto da fala do Presidente da República.  Dá a impressão de que o Bolsonaro quis justificar o não atendimento das pautas por ele sinalizadas em sua campanha. Isso fica comprovado quando menciona a tabela do imposto de renda da pessoa física.

Havia expectativa que esta tabela fosse corrigida, uma vez que ficou congelada por muito tempo, levando milhões de brasileiros a reduzirem o valor de imposto a ser pago. Outra leitura é que talvez ele se sinta de mãos amarradas ao ter que cumprir o teto de gastos, ser rigoroso na questão fiscal para o País resgatar a credibilidade.

Não obstante estas observações, o Presidente demonstra ter uma visão reducionista da realidade. Por exemplo, ao criticar a mídia sobre a cobertura dos casos de Covid.19, generalizando, como se todos tivessem o mesmo discurso, Bolsonaro se equipara àqueles que, de maneira superficial analisam os graves problemas do Brasil. Isso caberia em uma conversa de “boteco” e não a uma declaração do máximo mandatário do País.

A equipe econômica do governo, em especial o Ministro Paulo Guedes e o Presidente do Banco Central brasileiro, Roberto Campos Neto (que acaba de ser eleito o melhor Presidente de Banco Central do mundo por suas ações frente a esta importante Instituição), fazem das tripas coração para garantir um mínimo de confiança dos agentes econômicos nacionais e internacionais. Sinalizam com reformas que por falta de vontade política do governo não são priorizadas. Indicam privatizações, para tornar o Estado mais leve, sem sucesso.

Tentam abafar as tentativas de parte dos Ministros do governo Bolsonaro em abrir os cofres públicos para uma pauta desenvolvimentista, que poderia aí sim levar o País a insolvência. Enfim, tentam implantar uma nova matriz econômica, que em momento algum teve o comprometimento total do Presidente Bolsonaro. Este tipo de posicionamento “populista’ pouco ou quase nada agrega neste momento.

Os principais líderes mundiais buscam trazer otimismo a sua população. Tentam atrair os investimentos produtivos e promovem ações para reduzir os efeitos da pandemia, notadamente na falta de emprego para todos. Aqui não! Gasta-se energia desnecessária para contornar falas do Presidente, que só abrem margem para especulações de toda ordem.

Não acreditar no potencial econômico do Brasil é desconhecer por completo a dimensão daqueles que sempre ajudaram a construir este País.

Por isso devemos insistir na tese: menos Estado e mais setor Privado, este sim, arrisca seu capital, empreende na adversidade e acima de tudo tenta manter o otimismo de seus colaboradores.

Pode até ser que o Presidente Bolsonaro tenha tido outra intenção ao fazer a declaração de que o Brasil está quebrado, mas passou da hora de falar menos e praticar o que a sabedoria dos pensadores nos trouxe: “Deus dotou o homem de uma boca e dois ouvidos para que ouça o dobro do que fala”.

? www.reinaldocafeo.com.br

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