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A tecnologia, a inovação e o setor público

Em Bauru, dez entre dez dirigentes públicos (desde a prefeita até seu secretariado) quando abordados sobre a qualidade do serviço prestado à população apontam a falta de mão de obra como um dos gargalos enfrentados no dia a dia.

Quando analisamos o total de funcionários concursados, tanto na administração direta, como na indireta, somando-se os comissionados, a questão que se apresenta é: qual é produtividade destes profissionais? Com isso é medido? E mais, o que está em curso em termos de uso de tecnologia que permita substituir esse uso intensivo de mão de obra?

O cenário atual é de abertura de concurso público, ou seja, novos profissionais substituirão os que se aposentaram ou pediram afastamento ou simplesmente deixaram o setor público, mas não se vislumbra nenhum projeto que mude a forma de atuar destes profissionais. Corre-se o risco de reprodução de modelo de gestão, cuja qualidade é questionada pela população.

A questão central é: quem está cuidando das melhorias dos processos no setor público municipal? Quais os estímulos a inovação no serviço público? Quais tipos de tecnologia serão introduzidos nas várias secretarias que permitam os ganhos de produtividade? Se há algo sendo realizado nesta direção, não foi dada a devida publicidade.

Há ainda o problema de infraestrutura na tecnologia da informação. Algumas secretarias trabalham em ilhas, desconectadas com as demais secretarias, dificultando da vida das pessoas, gerando retrabalho.

Os processos internos são lentos, burocráticos, prejudicando o andamento das demandas da população. Isso atinge principalmente os projetos de empreendedores e até mesmo das famílias que constroem moradias. O consenso entre os agentes que atuam, por exemplo, no setor da construção civil, é que a morosidade na aprovação de projetos é desanimadora, que por vezes, a vontade é bater na porta de cidades vizinhas ou simplesmente adiar qualquer aporte de recursos na cidade.

Se estes apontamentos estão corretos, então o que falta? Falta um setor que esteja fora da rotina da prefeitura, um grupo de pessoas responsáveis, que possa colocar em prática tantos planos de ação quantos forem necessários para saber em que estágio está a introdução da tecnologia e inovação, e aonde se quer chegar.

É o conhecido plano de ação alicerçado no “5W e 2H”, ou seja, os 5W são: que (what), por que (why), onde (where), quando (when) e quem (who), já os 2H indicam: como (how) e quanto custa (how much). Defina o que fará, por que fará, onde fará, quando fará, quem fará, como será feito e quanto custará, e terá um norte apontando para a direção que atual gestão quer chegar.

Com escreveu James Hunter em o Monge e o Executivo: “se continuar fazendo as mesmas coisas, colherá os mesmos resultados”.

A gestão pública precisa de mais projetos, de mais tecnologia, de mais inovação, para fazer mais com menos, e entregar um serviço de qualidade, a altura do montante despendido pelos pagadores de impostos.

Lewis Carrol, ao escrever Alice no País das Maravilhas, tornou célebre a frase que é muito utilizada em gestão administrativa: “se você não sabe aonde ir, qualquer caminho serve”.

Inovação e tecnologia devem ser prioridade na gestão pública.

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