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A realidade de um eleitor bauruense

Antes do primeiro turno das eleições municipais de Bauru eu trouxe a reflexão sobre os desejos de um eleitor bauruense no artigo “sonho de um eleitor bauruense”. Agora, passado o primeiro turno, com a composição da Câmara de vereadores e o segundo turno entre os dois candidatos mais votados para o executivo municipal, é o momento de cair na realidade.

Talvez tenha chegado o momento de baixarmos nossas expectativas. De um lado os munícipes têm muitas demandas, de outro lado será preciso administrar a escassez.

No executivo municipal a escassez estará em todos os campos. O orçamento para 2021 aponta, corretamente, menor nível de arrecadação. Na melhor das hipóteses ficarão dívidas na ordem de R$ 50 milhões a ser equacionadas na próxima legislatura.

Com uma máquina pesada, e com verbas vinculadas, a margem para investimentos, principalmente no primeiro no de mandato será muito pequena. Devemos aqui ficar satisfeitos se ao menos houver foco na manutenção no que já existe.

Também haverá escassez de bons quadros para ocuparem cargos na administração municipal, especialmente técnicos, que irão compor o secretariado o futuro mandato com início em janeiro. Em tempos de redes sociais, em que as Fake News imperam, e ainda o comprometimento patrimonial de quem ocupa cargo público está sujeito, com a exposição pessoal e familiar, tudo isso poderá afugentar àqueles que efetivamente poderiam contribuir para o desenvolvimento da cidade, trazendo sangue novo, motivação, enfim, dedicação sem vícios e pautado em questões técnicas.

Há pontos chaves na gestão pública que precisam de gente com competência acima da média. Provavelmente teremos indicações do que é “possível” em vez do que é o “ideal”, claro, que poderemos ter exceções, mas infelizmente a projeção não é boa.

Com escassez de recursos financeiros e humanos, mesmo contando com a boa vontade dos bons servidores públicos, os de carreira, está mais que evidenciado que a liderança de quem estará à frente do Palácio do Planalto fará toda a diferença. Neste aspecto é importante cada um de nós observar nos atuais postulantes ao cargo no executivo se efetivamente serão os líderes que desejamos.

O choque de realidade vem ainda do fato que muito além de propostas é preciso aprofundar nos temas que precisam de uma solução.  Não é possível, por exemplo, indicar extinção da COHAB, sem analisar o aspecto jurídico. Isso vale para a construtora que executa a Estação de Tratamento de Esgoto.

A realidade nua e crua é que será preciso reinventar o DAE, Emdurb e focar na produtividade das diversas secretarias, caso contrário, a escassez de recursos financeiros e humanos travará a cidade. A realidade é: a máquina pública municipal está emperrada. As Parcerias Público Privadas precisarão sair do papel.

O próprio legislativo municipal precisará de um choque de realidade é: os vereadores eleitos precisarão ir além da política e fazer efetivamente a diferença como político.

Voltando ao executivo municipal, a realidade é esta: ou escolhemos ou seremos escolhidos. Sempre entendi que dificilmente o eleitor muda seu quando seu candidato chega no segundo turno, há raras exceções, mas aqueles que votaram nos candidatos derrotados, escolheriam o de menor rejeição. Não sei se esta será a realidade em Bauru, mas antes de definir seu voto, baixe as expectativas, mantenha o sonho, mas traga tudo para a realidade que nos espera.

Uma cidade é composta por pessoas, instituições, organizações, mas sem dúvida, quem puxa e dá o tom para onde a cidade pode ir e quer chegar é aquele está à frente do executivo municipal, portanto, seu voto é muito mais que valioso. Vale a reflexão: sonhar sim, mas agora é o momento de enfrentar a realidade goste ou não do quadro que aí está.

? www.reinaldocafeo.com.br

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