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Quem é este tal de “mercado”?

Por ignorância ou má fé, toda vez que algum político quer impor suas ideias, normalmente populistas, principalmente com o uso do dinheiro público, e o mercado reage negativamente, eles pinçam a frase: “quem é este tal de mercado”?

Para ajudar estes desinformados vamos desenhar o que é este tal de “mercado”. O estudo mais elementar de economia tem-se o funcionamento de uma economia de mercado: os fluxos real e monetário. O lado real da economia contempla os mercados de bens e serviços, bem como o mercado de trabalho. Já no lado monetário da economia, contempla-se a circulação de dinheiro. As famílias ofertam os fatores de produção, que são demandados pelas organizações, que oferecem bens e serviços ao mercado, e para tanto remuneram-se esses fatores de produção considerando a participação de cada um (o detentor do capital, o fornecedor de insumos, o trabalhador, o gestor, etc.).  Se acrescentarmos o setor público e o exterior temos a análise completa.

Por seu lado, as estruturas de análise macroeconômica levam em conta os mercados de bens e serviços, de trabalho, monetário, de títulos e de dívidas (moeda estrangeira).

Isso posto, quando, por exemplo, as questões conjunturais, macroeconômicas, não vão bem, ou sinalizam que não serão conduzidas dentro de um ambiente previsível, que mitigue o risco, os mercados monetário, de títulos e de divisas, portanto, o lado monetário da economia, tendem a reagir imediatamente. Quando o risco se instala e é de longa duração, os reflexos recaem no lado real da economia, interferindo na oferta de produtos e no mercado de trabalho.

Portanto, imaginar que o mercado é somente os operadores do mercado de ações e aqueles que compram divisas, e que significa somente oscilar a bolsa de valores ou o dólar, é ter total desconhecimento de como funciona a economia. Lembrando que nestes mercados também são comercializadas mercadorias como carne, soja, trigo, e tantos outros.

Não ter responsabilidade fiscal, por exemplo, na condução da economia do país é atingir diretamente os agentes econômicos e suas expectativas de investir.

E para desenhar de maneira mais simples ainda, quem de nós não conhece algum empresário de empresas de pequeno e médio portes, que precisa de recursos de terceiros, e deseja, taxa de juros menor, e ter algum tipo de segurança de que haverá retorno para seu investimento?

É normal as empresas alavancarem seu negócio com capital de terceiros. Buscam onde este dinheiro? Nos intermediários financeiros ou em fundos. Estes agentes levam em conta o que para emprestarem seus recursos: a previsibilidade, o baixo risco. Mercado acionário, é outro exemplo, pois ao lançar ações no mercado as empresas se capitalizam para ampliar suas atividades. As concessões públicas, precisam de interessados no setor privado. Novamente surge a mitigação risco para investimentos.

Enfim, o mercado aposta, arrisca, acredita, desconfia, tem medo, avança, recua, tem coragem, inova e gera riquezas.

Um Estado enxuto e responsável fiscalmente garante menor risco ao mercado, e como isso, estimula o investimento produtivo, com isso a economia cresce, gera empregos e riquezas ao país.

Desdenhar deste “tal de mercado” é não a ter menor noção do valor de quem bravamente opera o setor privado do país. Está claro, ou quer que desenhe novamente?

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