Estamos próximos daquela que já é considerada a mais importante eleição presidencial deste país. Se no passado o embate era entre o PT e o PSDB, desde as eleições de 2018 esta disputa é entre a esquerda, representada pelo seu líder, o Lula, e a direita, representada também pelo seu líder, Bolsonaro.
A polarização se instalou e as diferenças de propostas das duas alas ideológicas estão mais evidentes.
No recorde da economia os agentes econômicos têm clareza do que pretende fazer o atual presidente e candidato a reeleição, Jair Bolsonaro, principalmente por já ter declarado que pretende manter o atual ministro da economia, Paulo Guedes. Por este prisma os players que operam o dia a dia do mercado, conhecedores do comportamento da equipe econômica atual, já sabem que o rigor fiscal será mantido, que o sistema de metas de inflação norteará o comportamento do Banco Central e que o câmbio flexível será praticado.
Com base nesta previsibilidade de modelo econômico, o Boletim Focus, que é divulgado pelo Banco Central semanalmente, traz o seguinte cenário para 2023: inflação na casa dos 4,94%, crescimento econômico em 0,63%, dólar em R$ 5,20 e juros de 11,25%. Essa é a mediana do mercado.
O mercado projeta ainda que as contas públicas estarão controladas, ao ponto de indicar que o resultado primário (receita menos despesas, sem considerar o serviço da dívida) será próximo a zero, podendo no máximo ser de (-) 0,5%. E para alicerçar as projeções, é prevista a entrada de investimento direto (capital estrangeiro na produção brasileira) na ordem de US$ 70 bilhões, o equivale em níveis atuais a algo em torno de R$ 372 bilhões. Estamos falando somente o capital estrangeiro! Isso tudo após uma pandemia e crises geopolíticas em nível internacional, inclusive com projeção de recessão econômica mundial.
Também estão previstas reformas estruturantes, como a administrativa, que pretende tornar o Estado mais leve, com mais produtividade, e ainda a tributária, reduzindo o número de tributos e a própria carga tributária. isso sem contar a sequência de privatizações de estatais que nada tem a ver com a função de Estado.
Será um modelo econômico pró-mercado, focando no empreendedorismo, e criando condições para que o cidadão se emancipe com seu próprio esforço e competência. Também é um modelo que sinaliza a manutenção e ampliação da transferência de renda, via Auxílio Brasil, e valorização do salário mínimo acima da inflação (precisa ser ainda negociado com o Congresso Nacional), o que não foi possível nestes anos de pandemia em que os gastos públicos precisaram ser canalizados para outras prioridades, com as sanitárias.
Neste ambiente pode-se projetar queda na taxa de desocupação e geração de emprego formal, com recomposição da renda média do trabalhador.
O empreendedor sempre busca investir em ambiente de previsibilidade, com segurança econômica e jurídica, mitigando seu risco em investir. O modelo vigente garante esta mitigação.
Já o modelo econômico proposto pela esquerda vai no sentido contrário. Como não foi divulgado o que será feito na economia pelo PT, resta-nos avaliar a herança econômica deixada pelo partido quando saiu do poder em 2016: nos oito primeiros anos o crescimento econômico médio anual apontou que Lula foi o 19º. na comparação com 30 presidentes do Brasil e pasmem, sua sucessora, Dilma Rousseff foi a 3ª. pior nesta mesma comparação, deixando o país com dois anos de recessão, algo inédito na história econômica brasileira, entre outros péssimos indicadores da economia, como elevado endividamento público, aumento do número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza, estatais apresentando prejuízo, ou seja, um verdadeiro caos econômico.
Por tudo isso é que avaliação do que nos espera nos próximos 4 anos vai muito além da “picanha com cerveja”, é uma questão de mitigação ou não de risco. Reflita.