O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, abalou o mundo com a adoção das tarifas de importação e a guerra comercial, principalmente com a China, está instalada.
De um lado, com o tarifaço, Trump quer proteger a indústria americana da concorrência estrangeira. A ideia é levar o consumidor americano a adquirir produtos nacionais, fortalecendo a produção interna.
De outro lado, há ainda a intenção de reduzir o déficit comercial dos Estados Unidos. Países como China, México e Canadá possuem superávits comerciais importantes e, segundo o governo Trump, praticam tarifas desproporcionais. É a tal falta de reciprocidade.
Não há dúvidas que as tarifas estão sendo usadas como uma ferramenta de negociação para pressionar outros países a mudarem suas práticas comerciais. Por exemplo, tarifas sobre aço e alumínio foram impostas para forçar países como China e União Europeia a renegociarem acordos comerciais mais favoráveis aos EUA.
Vamos ao lado prático disso tudo. Se a intenção é reduzir as tarifas para a exportação dos produtos americanos para o resto do mundo, retaliações, como a ocorrida com a China, especialmente com ela, atingindo 104% a alíquota de importação dos produtos daquele país, se não forem revistas no curto prazo, pode ser um caminho sem volta.
Explicando melhor. Pense em uma pequena rachadura em uma barragem. Se não for consertada rapidamente, com a pressão das águas, com o passar do tempo, ela pode se tornar algo maior, levando, no extremo, ao rompimento total desta barragem, gerando um estrago enorme.
Depois do tarifaço, é hora de negociar
Pois bem, se Trump, não se sentar para negociar com seus parceiros comerciais no curto prazo, e ficar adiando essa negociação sem fixar uma data máxima, chegará uma hora que o caos econômico será de tamanha magnitude, que não terá volta.
Neste caso extremo, há risco eminente de uma recessão mundial, com mudanças significativas na cadeia produtiva mundial.
Estamos falando de inflação, juros altos, recessão, perda de emprego e renda. O mundo andaria para trás no contexto econômico.
Portanto, se a intenção era dar um cavalo de pau na relação americana com seus parceiros comerciais, isso já aconteceu, agora é o momento de entrar em cena o “estadista” Trump e, no diálogo, na negociação, encontrar caminhos para equilibrar a relação comercial americana, de tal sorte, que o caos seja evitado e que não atinja um estágio que não tenha mais volta.
Momento delicado na relação comercial mundial, mas se Trump se sentar para negociar no curto prazo, o pior será evitado.