Inflação é a grande preocupação

Inflação é a grande preocupação

Não há dúvidas que a grande preocupação das famílias brasileiras, notadamente as mais pobres, é a inflação.

Com a desvalorização do Real frente ao Dólar, a pressão sobre os custos de produção se intensificou. É evidente que nem tudo é dolarizado na economia, contudo, o impacto em insumos e produtos importados, fora o impacto na oferta interna de produtos (exportar é mais vantajoso do que vender no mercado interno), estão elevando os preços finais, alimentando a carestia.

Quando o recorte é especificamente no grupo alimentação e bebidas, fica mais que evidenciado que as famílias com menor renda são as mais afetadas. De um lado, devido ao fato de que, praticamente a totalidade de sua renda ser canalizada para este grupo, de outro lado pelo fato de não conseguirem manter o poder de compra da moeda, o que é bem diferente para as famílias mais abastadas do país.

Mesmo em patamares bem inferiores aos verificados no passado, quando a inflação diária era de mais de 1 por cento e agora estamos falando de inflação de 5% ao ano, é certo que não há como deixar de atacar a escalada de preços, evitando que a mesma “desgarre” da meta estabelecida de 3% ao ano, podendo oscilar entre 1,5% e 4,5% ao ano.

A pressão de custos indica a chamada inflação de oferta, na outra ponta, o apetite do consumidor indica a inflação de demanda (ou insuficiência de oferta). Os remédios são distintos e dependem de atores diferentes.

A inflação de custos é combatida com aumento na produtividade das empresas, na busca de novos fornecedores, com uma política de substituição de importação, aumento da eficiência na produção, entre outras decisões.

Já o combate da inflação de demanda há instrumentos de política econômica já consagrados. A combinação da política fiscal, com a política monetária e cambial, pode reduzir a pressão que os consumidores exercem sobre os preços.

Austeridade fiscal, juros mais elevados, restrições ao crédito, controle eficaz do câmbio, são algumas medidas que podem contribuir para os preços atingirem patamares que garantam a estabilidade ao longo do tempo.

No tocante a insuficiência de oferta é preciso criar e manter um ambiente de negócios favorável, com segurança jurídica, por exemplo, assim o empreendedor investe no mercado interno.

Existe um ponto crucial que pode ser o passo fundamental para estabilizar a inflação: o governo federal fazer sua parte, ou seja, estabilizar a dívida pública, e para isso se faz necessário gerar excedentes primários (receitas tributárias menos despesas). Aí está a chave para aliviar a política monetária, derrubar a cotação do dólar e descontaminar os preços.

Este tema é tão óbvio e tão batido, que parece que os players que operam o mercado falam para o vento.

Em que momento o presidente Lula vai entender esta lógica econômica? Seus assessores da área econômica até verbalizam isso, mas também não são ouvidos.

Se este governo quer mesmo proteger os mais pobres, comece pelo básico, controlando os gastos públicos, pois do jeito que está indo, não haverá ajuda social governamental que baste. É enxugar gelo.

Depois de ter comandado o país por 8 anos, depois de ver a lambança de sua sucessora, Dilma Rousseff, que colocou uma pandemia no país sem que tivesse pandemia (dois anos de recessão), depois de mais de 2 anos deste mandato, não é possível e nem aceitável que a teimosia impere no comportamento do presidente da República.

Está mais que cansativo apontar as causas do desequilíbrio da economia e não obter do governo reação à altura do problema.

Definitivamente a inflação é grande preocupação e não pode deixar de ser prioridade neste momento.

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