Pessoas revanchistas são encontradas aos montes e em todos os cantos, mas o revanchismo político do presidente Lula em ralação ao ex-presidente Bolsonaro, ultrapassa qualquer limite.
O atual governo tem afirmado que receberam uma herança maldita no tocante a economia brasileira. Talvez tenham avaliado rubricas pontuais que seriam discutidas com o Congresso Nacional no momento da votação do orçamento deste ano, caso eleito naturalmente, como farmácia popular, verbas para ciência e tecnologia, universidades, entre outras questões pontuais, mas não considerar os bons indicadores herdados é no mínimo falta de honestidade intelectual.
Mas se isso não bastasse, pasmem, o presidente Lula disse para o mundo ouvir que a Argentina fechou o ano de 2022 em situação econômica privilegiada. Isso mesmo, foi isso que ele disse.
Observaram o duplo juízo? Uma economia debilitada como Argentina é exitosa, uma economia dando sinais de vigor no Brasil, herança maldita.
Para ilustrar o quanto o atual governo é cego em termos econômicos vamos aos indicadores. Inflação na Argentina em 2022: 95% (a pior em três décadas) e tenta conter a escalada de preços com congelamento. Pobreza atinge 40% da população da Argentina. Salário mínimo na Argentina não compra metade de uma cesta básica. Cerca de 45% da população depende de auxílio estatal. A dívida pública argentina está acima de 80% do PIB, mas o mais grave: mais de 55% da dívida é em moeda estrangeira, portanto, suscetível a impactos de eventuais oscilações do dólar, por exemplo.
Com volume de pouco menos de 40 bilhões de dólares, as reservas cambiais não bancam um semestre de importações que o país necessita. Taxa de juros: 75% ao ano. O dólar no mercado paralelo ultrapassa os 115%, demonstrando toda desconfiança, tanto no câmbio oficial, como no peso argentino.
Em relação ao Brasil: sem congelamento de preços, combinando políticas tributárias e monetárias, a inflação fechou o ano em 5,79%. A relação dívida pública ficou em 73,7% em 2022. É a menor em 5 anos. A dívida em moeda estrangeira é inferior a 28% do PIB. A cesta básica consome 55% do salário mínimo, portanto, o salário mínimo compra quase duas cestas básicas. A pobreza é preocupante, mas atinge menos de 30% da população.
Com reservas cambiais na ordem de 325 bilhões de dólares, o país conseguiria bancar mais de um ano de importações. O dólar no Brasil flutua livremente, com controle total da Autoridade Monetária. Taxa de juros no Brasil: 13,75% ao ano.
Isso tudo sem falar do comércio exterior, da geração de emprego com carteira assinada que deve fechar 2022 na casa dos 2,5 milhões e ainda ter a menor taxa de desocupação desde 2015. As contas públicas fecharam no azul depois de muitos anos amargando déficits.
Essa comparação e o discurso internacional do atual governo, falando mal do Brasil, me fez lembrar da estória do cavalo. É mais ou menos assim: dois amigos se encontraram e o um deles falou muito bem de seu cavalo. Que ele trouxe sorte, que é bom de trabalho, que ajuda a ganhar dinheiro, enfim, é de causar inveja. O outro amigo disse: quero comprar seu cavalo. O dono do animal disse não, afinal era seu talismã, mas depois de elevar o preço e muita insistência o cavalo foi vendido. Passado um tempo, o comprador do cavalo reclamou que o animal não trouxe sorte, que não trazia riqueza, enfim, jogou a qualidade do cavalo para baixo. O amigo que vendeu o cavalo disse: cuidado, se continuar falando mal do cavalo, ninguém vai querer comprar.
Se o atual governo tivesse um mínimo de honestidade intelectual, alardeava aos quatro cantos os bons indicadores da economia brasileira e estimularia os investimentos produtivos. Mas a cegueira ideológica é tamanha grandeza, que não os representantes do governo atual não conseguem ter grandeza para admitir que herdaram sim, bons indicadores da economia.
Que fiquem com o “exitoso” desempenho da economia Argentina.
Uma resposta
O exagero é ruim a todas relações. Desde as intelectuais, comerciais, pessoais, etc … Muito bom Caffeo, parabéns!!! A sensatez é o remédio do mundo…. Grande abraço.