Banco Central faz sua parte e inflação fica dentro do limite da meta

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O tão criticado Banco Central do Brasil tem feito sua parte no controle de preços, utilizando-se da política monetária, e devido, principalmente a sua autonomia e independência, fez com que o IPCA – índice de Preços ao Consumidor Amplo de março caísse a 0,71%, e a inflação oficial do país acumulou em 12 meses 4,65%, portanto, dentro do limite máximo da meta que é de 3,25% com tolerância de 1,5 ponto percentual, isto é, 4,75%.

Apesar do aumento da gasolina ter puxado o índice para cima e alguns grupos, como serviços acumularem altas mais elevadas do que os 4,65% do IPCA, o fato de ficar dentro da meta já é um excelente indicativo.

É evidente que ainda é cedo para projetar que os preços estão controlados, posto que ainda há dúvidas sobre o Arcabouço Fiscal, sobre o comportamento da cotação do dólar e consequentemente impacto nos preços, a leitura mais otimista é que o Banco Central pode em breve iniciar o processo de redução da taxa básica de juros.

Um dos pontos positivos da queda da inflação foram os preços livres, que desaceleraram para 0,18% depois de subirem 0,84% em fevereiro. Neste quesito o IBGE apurou deflação de 0,14% na alimentação no domicílio, apontando para um movimento de arrefecimento no preço dos alimentos, puxado pela melhor relação entre oferta e procura, cujo desequilíbrio vinha desde o período mais agudo da pandemia de covid-19.

Os produtos considerados como preços livres não sofrem impacto direto dos juros, portanto, é um alívio não ter que compensar a alta destes preços com queda nos preços dos bens financiáveis.

Não obstante o resultado ser animador, estamos falando de mais de 450 itens, cada qual com seu peso sobre o IPCA, que podem ser impactados pelo clima, pelo dólar, pela oferta e demanda mundial, pelo preço internacional do petróleo pelos oligopólios existentes, pelo preço das commodities alimentícias e ainda pelo comportamento do consumidor. Não é tarefa fácil projetar inflação com tantas variáveis.

Independentemente desta leitura, reforço, méritos ao Banco Central, que se manteve e se mantendo firme em busca de cumprir a meta de inflação, de garantir que o câmbio flutue livremente, se utilizando da política monetária em sua plenitude.

Certamente os políticos de plantão dirão, como já disseram, que a conquista na queda de inflação é mérito deles, mas quem acompanha o comportamento dos agentes econômicos, e respeita as Instituições, sabe que esses mesmos políticos são os principais causadores de incertezas no mercado, e elevam o nível de risco, impactando inclusive nos índices de preços.

Se há algum mérito até aqui, é da Autoridade Monetária, ou seja, o Banco Central, e reforço, por ter a força legal de ser autônomo e independente, e faz seu trabalho técnico em prol do controle de uma variável, a inflação, que se mantiver baixa, pode ser considerado um dos melhores programas sociais do país.

Que o atual governo tenha a humildade de reconhecer o trabalho sério do Banco Central e respeite mais seu presidente e seus técnicos.

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