A política bauruense

O grosso da população por vezes não enxerga, mas a política bauruense passa por um momento, diria delicado. A polarização observada em nível nacional, de alguma maneira tem seus contornos na política local.

Com uma equipe inexperiente, sem investir na articulação política, o Executivo Municipal pode ser considerado “presa fácil” neste verdadeiro tabuleiro de xadrez. Semanalmente é massacrado por alguns edis, que não poupam adjetivos para desqualificar a chefe do executivo. Há momentos, que até mesmo seu comportamento pessoal é questionado, com clara mistura de seu CPF com a sua posição de Prefeita. 

Se isso não bastasse há evidente pobreza no debate político local. Alguns vereadores não se aprofundam nos temas caros para cidade. Felizmente temos alguns que usam a exaustão suas assessorias, e trazem à tona elementos que dão consistências as suas decisões e consequente aos seus votos. Mas são exceção.

Na discussão rasa, alguns passam a maior parte do tempo prestando contas de obras, intervenções urbanas, sinalização de trânsito e uma série de fatos que seriam muito apropriados aos secretários municipais do que aos vereadores eleitos. Se comportam como despachantes.

Quando os temas requerem maior profundidade, não possuem conhecimento suficiente para representar a população, e são facilmente influenciados por quem tem um histórico de transformar a política em meio de vida.

Há vereadores omissos, que por não terem conseguido manter seus apadrinhados em cargos de confiança, tomam decisões com o fígado e não com o cérebro, deixando de lado os interesses coletivos. Por sinal, passam a imagem que operam seu dia a dia na política para seus interesses pessoais.

Tudo fica mais grave quando há insinuações de que algum colega está fazendo jogo duplo, traindo até a confiança de seus pares. Isso tudo, sem contar o verdadeiro passa moleque que alguns vereadores estão sendo obrigados a engolir, ferindo a ética e não respeitando seus pares na condução dos processos internos. Tudo isso reflete de alguma maneira o início tumultuado da atual composição da Câmara Municipal, em função da perda de mandato do então presidente eleito.

Além disso tudo, temos um executivo que não apresenta projetos. Perde tempo demasiado em discussões sem fim, fazendo somente política, deixando de focar no que é importante para cidade. Fora isso, ainda erra em pontos estratégicos da gestão, inclusive na introdução de interlocutores com o legislativo, cuja competência é questionável.

Enquanto isso, a população, e os agentes econômicos em especial, são obrigados a conviver com um ambiente de negócios muito aquém do que seria desejável para que os investimentos produtivos fossem realidade, esses que geram riqueza, emprego e renda na cidade. Sem contar a evidente queda na qualidade de vida dos cidadãos que aqui residem.

Concluo, entendendo que vivenciamos uma verdadeira falta de liderança em vários segmentos da sociedade e em especial na política. Isso leva a um reducionismo de tal ordem, que o atraso da cidade na comparação com outras localidades é mais que evidente.

Felizmente ainda há quem faz a diferença, tanto no meio político, como no seio da sociedade, e de alguma maneira não deixam as coisas degringolarem, mas é triste observar que uma cidade do porte e da importância de Bauru, tenha que conviver com pessoas tóxicas, que focam somente seu interesse pessoal, e interesse de poder, e que não tenhamos consistência nas discussões dos grandes temas da cidade. Triste página da histórica política bauruense.

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