É desejável que a economia de um País opere em equilíbrio. Quando este equilíbrio não é atingido é preciso utilizar na plenitude os instrumentos de política macroeconômica.
A pandemia de Covid-19 “bagunçou” a economia. Ofertantes e demandantes de produtos e serviços não conseguem encontrar o ponto que atenda os anseios de ambos. No ano passado a paradeira geral de alguns setores se contrastou com a retomada de outros.
O isolamento social, o auxílio emergencial, a desova dos estoques, a falta de reposição de produtos, o câmbio e tantos outros fatores geraram problemas sérios na economia brasileira.
Mesmo considerando todos os estudos (clássicos, neoclássicos, keynesiano, entre outros) de como uma economia pode operar em equilíbrio, o certo é que os vários “mercados” estão nivelados por baixo.
Um deles é mercado de trabalho, que mesmo com o bom e surpreendente resultado de janeiro em que o CAGED (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) apontou geração líquida de 260.535 empregos, o desemprego e a informalidade estão na altura. Com isso o salário médio não passa dos R$ 1.700,00 mensais, o que indica a precarização do trabalho.
O outro mercado é o de bens e serviços. Observem a inflação. Ocorre alta nos preços, provocada tanto pelo lado da oferta como pelo lado da demanda.
O aumento nos preços veio, quer pela insuficiência de oferta bem como pela alta de custos (principal pelo efeito do dólar) e isso foi potencializado pelo aumento de demanda. Combinação perversa, preços médios nas alturas para o padrão atual de inflação brasileira.
O mercado cambial é outro que opera em níveis acima do razoável. Mesmo com câmbio flutuante, portanto, o equilíbrio é encontrado entre ofertantes e demandantes da moeda estrangeira, a leitura é que hoje a cotação do dólar está pelo menos 10% acima do que poderia ser considerado adequado.
Outro mercado que busca seu novo patamar de equilíbrio, é o monetário, confirmada pela necessária elevação na taxa de juros.
A tudo isso inclua-se o componente político, com possível nova polarização entre a direita e a esquerda, aí chegamos na situação perfeita para gerar cada vez mais incertezas, elevando o risco em investir no País.
A equipe econômica comandada pelo Ministro da Economia, Paulo Guedes, precisa utilizar na todos os instrumentos que a ciência econômica já consagrou, para sinalizar aos agentes econômicos que há um caminho a ser trilhado e que os desequilíbrios de curto prazo, serão equacionados.
O que está em jogo é a retomada firme do crescimento econômico, sendo que a pandemia e a falta de velocidade na vacinação da população não concorrem neste momento. É hora de agir na direção que indique a sustentação da economia no longo prazo.