A prévia do PIB (Produto Interno Bruto) do terceiro trimestre deste ano, o IBC-Br (Índice da Atividade Econômica), ficou negativo em 0,9% na comparação com o trimestre anterior, confirmando os sinais de desaceleração da economia brasileira.
O IBC-Br, ou Índice de Atividade Econômica do Banco Central, é calculado pelo Banco Central do Brasil e mede a evolução da atividade econômica do país. Os componentes do IBC-Br são: produção industrial, desempenho da agropecuária, atividade do setor de serviços, volume de impostos sobre produtos e indicadores de comércio.
Esses dados são ajustados sazonalmente e combinados em um índice de base móvel, que mede a variação da atividade de um mês para outro e também em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O IBC-Br é importante porque ajuda a antecipar tendências da economia e subsidiar decisões estratégicas, além de influenciar a política monetária e as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) sobre a taxa básica de juros (Selic), por isso, ser conhecido como prévia do PIB.
O fraco desempenho no terceiro trimestre é consequência da política monetária restritiva. O Banco Central tem mantido a taxa básica de juros elevada para controlar a inflação e manter a atratividade na rolagem da dívida pública, em resposta a política fiscal frouxa do governo Federal.
Gastos públicos excessivos sem lastro em arrecadação tributária, aumentam a liquidez na economia, aumentando a dívida pública, e o Banco Central é obrigado a oferecer a “ração” desejada pelos agentes econômicos, isto é, juros elevados. É a chamada relação risco/retorno.
Além do IBC-Br negativo, o IBGE trouxe dados negativos do varejo, que encolheu 0,3% em setembro, a indústria encolheu 0,4% no mesmo período, se salvando somente o setor de serviços com avanço de 0,6% em setembro.
Considerando o que o Banco Central sinalizou na última ata do COPOM (Comitê de Política Monetária), quando o colegiado optou pela manutenção dos juros em 15% ao ano, que neste ano a política monetária não será alterada, tudo aponta que esse baixo crescimento da economia se manterá.
O alívio pode vir das vendas datas comemorativas do quarto trimestre, como o Dia das Crianças que foi em outubro, a Black Friday agora em novembro e o Natal em dezembro, entretanto, isso pode não ser suficiente para compensar o fraco desempenho setoriais.
Fica o sinal de alerta para os agentes econômicos: ao fazerem o planejamento de 2026 no tocante ao volume de vendas, levem em conta a desaceleração da economia.
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