A política fiscal frouxa tem sido um tema de debate entre os agentes econômicos nos últimos anos. A política fiscal refere-se a política tributária e a política de gastos. Considera-se a política “frouxa” é quando os gastos públicos superaram o nível de arrecadação tributária. A lógica é estimular a economia. Embora essa abordagem possa parecer atraente em curto prazo, ela pode ter consequências negativas graves em longo prazo.
Quando um governo adota esse tipo de política fiscal, ele está essencialmente injetando mais dinheiro na economia, o que pode levar a um aumento da demanda agregada. Isso, por sua vez, pode estimular a produção e o emprego, pelo menos inicialmente. No entanto, se a política não for acompanhada de medidas de controle da inflação, o aumento da demanda pode levar a pressões inflacionárias.
É aqui que entra a política monetária. Para controlar a inflação, os bancos centrais podem aumentar as taxas de juros, tornando o crédito mais caro e reduzindo a demanda agregada. No entanto, essa medida pode ter efeitos colaterais negativos, como reduzir o crescimento econômico e aumentar o desemprego.
A relação de causa e efeito entre a política frouxa e a política monetária é clara. Quando a prática fiscal é frouxa, a política monetária precisa ser mais restritiva para controlar a inflação. Isso pode levar a uma situação em que a economia é constantemente submetida a altos e baixos, com a política fiscal estimulando o crescimento e a política monetária tentando conter a inflação.
Além disso, a política fiscal frouxa pode levar a um aumento da dívida pública, o que pode tornar mais difícil para o governo financiar suas atividades no futuro. Isso pode levar a uma perda de confiança dos investidores e a uma crise de dívida soberana, investidores esses que exigirão taxa de juros mais elevada para comprar Títulos da Dívida Pública.
A política frouxa pode parecer uma solução fácil para estimular a economia, mas ela pode ter consequências negativas graves em longo prazo. É importante que os governos adotem uma abordagem mais prudente e sustentável em relação à política fiscal, para evitar a necessidade de medidas drásticas de política monetária no futuro. Além disso, é fundamental que os bancos centrais mantenham a independência e a credibilidade para implementar políticas monetárias eficazes e controlar a inflação.
Neste contexto, fica evidenciado o papel do Banco Central: utilizar a política monetária para corrigir e frear a atual lógica fiscal adotada pelo governo Federal.