Dois importantes setores da economia brasileira, o de serviços e o varejo, vieram com números modestos no primeiro mês do terceiro trimestre deste ano, ou seja, em agosto, último dado disponibilizado pelo IBGE.
O volume de serviços cresceu 0,1% em agosto frente ao mês de julho, enquanto o varejo cresceu 0,2% no mesmo período.
Mesmo os serviços continuando no campo positivo e o varejo mudando de direção, pois vinha apresentando resultados negativos, os volumes são modestos. São sinais que demonstram que a economia não segue no ritmo desejado.
O governo Lula optou por uma política fiscal frouxa, e nem assim a economia deslancha. Tem sim provocado insegurança junto aos agentes econômicos, o que tem forçado o Banco Central a manter a taxa básica da economia em 15% ao ano, com taxa real, acima da inflação, de praticamente 10% ao ano, para conseguir atrair financiadores do governo através da compra de títulos públicos.
É como se o governo Federal acelerasse o veículo e o Banco Central colocasse o pé no freio e é evidente que o esse veículo em determinado momento irá pifar.
Como não há sinalização de cortes nos gastos públicos, o governo trabalha no aumento da arrecadação, o que novamente deixa os agentes econômicos inseguros. A não aprovação pela Câmara dos deputados da Medida Provisória que majorava tributos em vários setores, demonstra o quão frágil é o modelo econômico brasileiro.
E não para por aí. Novos projetos que elevam os gastos públicos estão sendo preparados para o ano eleitoral.
A irresponsabilidade fiscal vem sendo alertada pelos agentes econômicos e também pelo Tribunal de Contas da União, que vê descontrole fiscal, com o crescimento constante da dívida pública, atualmente em 77,5% do Produto Interno Bruto, mas que passará dos 82% o ano que vem, e segundo o Instituto Fiscal Independente do Senado Federal, se nada for feito, ultrapassará os 124% daqui a 10 anos. Insustentável.
Queda no nível de atividade combinada com inflação fora da meta, e ainda com juros elevados, indica um caminho nada desejado: em algum momento a recessão chegará, como ocorreu no governo de Dilma Rousseff (PT), quando de maneira inédita tivemos dois anos de recessão seguidos (aquele modelo econômico se equivale a uma pandemia, sem ter tido pandemia).
Os sinais da economia devem servir de alerta e vale sempre lembrar: gastar o dinheiro público como se não houvesse amanhã, e há, não nos levará a porto seguro.