Sem dúvida alguma o desempenho da economia brasileira é uma das principais preocupações dos agentes econômicos. Estamos falando de famílias e de empreendedores.
O desafio na condução da política econômica de qualquer governo é garantir que a economia cresça, que sejam gerados empregos, que a inflação fique controlada e que a renda seja distribuída de maneira equânime.
Um dos pilares, o crescimento econômico, deve ser sustentado ao longo do tempo. Mas no Brasil, infelizmente, o crescimento oscila muito, exatamente porque os fundamentos da economia não são alicerçados: gastos públicos acima da arrecadação, insegurança jurídica, elevado endividamento público, baixo investimento em ciência e tecnologia, dependência externa de insumos de alta tecnologia, baixa infraestrutura para logística, custo Brasil elevado, taxa de juros alta, carga tributária pesada, setor público inchado e sem produtividade, enfim, uma série de travas que impedem que o pais cresça e sustente o crescimento ao longo do tempo. É o que o Economista Roberto Campos denominou de voo da galinha.
Outro pilar é garantir que os preços fiquem estáveis. Nesta linha, o primeiro passo é o Estado ser rigoroso com seus gastos. Outro passo é estimular o setor produtivo para ampliar a oferta de bens e serviços. Outro passo é ter um ambiente de negócios previsível, gerando confiança dos agentes econômicos, e que a taxa de juros seja equilibrada para fomentar os negócios.
Outro pilar é criar condições para que o mercado de trabalho seja robusto. Para tanto é preciso que a economia cresça, se sustente, que os preços fiquem comportados, portanto, seja um ambiente que privilegia o empreendedorismo.
E nada disso fará sentido se ao longo do tempo não eliminarmos o verdadeiro abismo existente entre os mais ricos e os mais pobres. Sem assistencialismo, mas com geração de oportunidades para todos.
Sei que é cedo ainda, mas não consegui observar nas primeiras decisões da área econômica do governo Lula que o país trilhará o caminho que garanta uma economia equilibrada e que se sustente. Pelo contrário, as diversas contradições iniciais vão na direção oposta.
O grande receio de quem opera o meio produtivo é que, o nível de risco para produzir e empreender, seja tão elevado, que não haja taxa de retorno capaz de compensar este risco, portanto, os investidores tendem a tirar o pé do acelerador e colocar o pé no freio.
Tudo que não queremos é que o setor produtivo perca força e com isso leve a economia andar para trás.
Espero que esses primeiros dias de governo Lula seja somente um ajuste de rumo e que essa primeira impressão sobre a economia, negativa, seja revertida ao longo do tempo.
Ninguém ganha com uma economia debilitada, com baixo crescimento econômico, com inflação, sem geração de emprego e com adiamento da distribuição justa de renda.
2 respostas
Parabéns pelo artigo.
Como sempre lúcido, atual e bem posicionado.
Muito obrigado Sette!